A tecnologia dos anticorpos bi-específicos representa uma grande esperança. No passado, esta tecnologia foi designada pela sigla DVD, mas a verdade é que esta permite produzir uma grande variedade de formatos além dos anticorpos DVD, que constituem apenas uma pequena parte. Estes formatos bi-específicos apresentam uma grande variedade de características biológicas e de capacidades de ligação às proteínas.
Na oncologia, vemos esta plataforma tecnológica como um novo caminho para novos tratamentos biológicos e não apenas como um tratamento combinado. Por exemplo, estamos a estudar o uso dos nossos bi-específicos para aumentar a eficácia dos anticorpos conjugados (ADC). Nos modelos pré-clínicos, conseguimos demonstrar que um agente bi-específico que se une a duas partes de um mesmo alvo molecular é mais bem absorvido pelas células cancerígenas que um ADC convencional. Esta técnica permite entregar uma maior carga de toxinas e, assim, obter uma melhor eficácia dos tratamentos anticancerígenos.
De forma similar, um bi-específico que se une a dois alvos moleculares da mesma célula cancerígena pode ser usado para aumentar a especificidade do tumor, permitindo processar alvos que tiveram um certo nível de expressão no tecido normal. Com a nossa plataforma, somos capazes de criar uma ampla gama de combinados proteicos, que vão permitir desenvolver novos tratamentos biológicos com diferentes mecanismos de ação.